Análise Estrutural Psicanalítica Do Personagem Einar Wegener Através Do Filme: A Garota Dinamarquesa
Xavier de Oliveira Escoffeir Gomez da Silva, Andréa. José de Andrade
Firmino, Anderson. Soares Bezerra, Janayna. Almeida Léllis, Jimmy. Silva de
Oliveira, Lucélia. Braz Gomes, Suelen.
RESUMO
Conta a história conhecida do primeiro
homem transgênero de que se tem conhecimento – a dinamarquesa Lili Elbe. Em A
Garota Dinamarquesa, Eddie Redmayne é Einar Wegener, um jovem e talentoso
pintor que há seis anos é casado com Gerda (Alicia Vikander), uma também
pintora que trabalha para conseguir emplacar uma exposição nas galerias de
Copenhague, em meados da década de 1920.
Quando uma das modelos de Gerda falta a
uma sessão, a pintora pede a Einar que vista as roupas femininas e pose para
que ele ao menos possa iniciar a pintura. E é assim, com um gesto tão simples,
que Einar deixa aflorar a personalidade de Lili, que desde a infância estava
aprisionada.
Daí por diante, o longa nos conduz pela
jornada de transformação de Einar em Lili, as dúvidas, as angústias, a
via-sacra entre os médicos e terapeutas, até chegar à cirurgia de mudança de
sexo. Lili Elbe não é a primeira mulher transgênero da história da humanidade,
mas é uma das primeiras que se sabe ter passado pela cirurgia de mudança de
sexo.
Um relacionamento muito afetivo com sua
esposa, na qual se doava totalmente as decisoes na qual ela abordava, nao tinha
restriçoes para ele, um homem com poucas amizades,e com poucas decisoes em seu
relacionamento, na sua infancia marcou um momento muito importante, que
comentou até com a sua esposa, que seria de ter beijado um homem na sua
infancia.
INTRODUÇÃO
O artigo trata-se de uma análise
estrutural psicanalítica do filme proposto pelo professor Sócrates em sala de
aula. Que a priore se resume a um artigo. Mas que o grupo ira se aprofundar na
temática para elaboração de um projeto.
A cinebiografia de Lili Elbe (Eddie
Redmayne), que nasceu Einar Mogens Wegener e foi a primeira pessoa a se
submeter a uma cirurgia de mudança de gênero. O mesmo personagem vai
desenvolver um transtorno emocional, onde desenvolve uma estrutura neurótica,
apresentando um grau de sofrimento e de desadaptação de uma área de sua vida.
No decorrer do artigo ira aborda mais detalhadamente a temática.
METODOLOGIA
O método utilizado para realização do
trabalho, foi a pesquisa sobre o filme a garota dinamarquesa, onde cada um dos
alunos de forma individual, assistiu ao filme e leu os capítulos do livro de
Zimerman falando sobre os tipos de neurose, psicose e perversão, para que se
chegasse a uma ligação com o personagem. O grupo se reuniu e foi feito uma
discursão para que fosse dada a conclusão no qual o personagem se enquadra.
Faz-se necessário destacar que não
houve outros tipos de pesquisa sobre a vida do personagem, baseando-se apenas
no filme.
ANÁLISE
Filmes – Personagens
O casal protagonista do filme são
pintores e vivem em Copenhague, Dinamarca, no ano de 1926. Gerda (Alicia
Vikander) é retratista e Einar (Eddie Redmayne) pinta paisagens, lembranças de
sua terra natal. Estranhamente, temos a impressão de que sempre pinta a mesma
paisagem, com pequenas variações e se esforça muito para achar as cores certas.
Há algo que Einar procura…Já Gerda é mais espontânea, criativa e um dia sugere
que o marido use as meias da amiga bailarina Ulla (Amber Head) para que ela
possa terminar seu retrato. Os dois brincam e riem.
Gerda e Einer Wegener parecem um casal
feliz. Numa manhã inspirada, ela usa o rosto do marido para pintá-lo como uma
mulher nua, fumando com piteira, numa pose lânguida. O retrato faz sucesso com
o “marchand” dela, que quer comprar todas as telas com a modelo, que Gerda diz
ser uma prima do marido. Surpresa e encantada, ela leva as boas notícias para
casa. Ela não sabe que acaba de abrir uma caixa de Pandora, que vai afetar para
sempre a vida dos dois.
A princípio relutante, Einar inventa
uma personagem, Lili, e o casal leva a brincadeira mais longe, a ponto dele ir
vestido de mulher no baile dos artistas. Einar dar vida a Lili, a mulher dentro
dele. Os gestos, olhares, posição de cabeça, braços e mãos, jeito de andar, vão
se aperfeiçoando e não vemos mais Einar. Mesmo quando vestido de homem, Einar é
Lili. Há uma verdade intensa nessa mudança de identidade, que Einar vai levar
até as últimas consequências.
O roteiro do filme foi escrito por
Lucinda Coxan, baseado no livro de David Ebershoff e que, por sua vez, é uma
biografia, com toques de ficção, de Lili Elbe, nome adotado por Einar Wegener,
o primeiro transexual a tentar uma operação de mudança de sexo.
Estruturas Psíquicas
- 1º Momento
Estrutura: Psicótico
Fundamentação Teórica: Segundo
ZIMMERMAN define como psicose os processos deteriorativos das funções do EGO, a
tal ponto, que haja, em graus variáveis, algum sério prejuízo do contato coma a
realidade. (ZIMMERMAN, Cap. 20). O estado psicótico abarcam um largo espectro,
mas sempre pressupõem a preservação de áreas do ego que atendam a duas
condições: uma, é a de que esses “estados psicóticos” permitem uma relativa
adaptação ao mundo exterior, como é o caso dos pacientes borderline;
personalidades excessivamente paranoides ou narcisistas; algumas formas de
perversão, psicopatia e neuroses graves. A segunda condição consiste no fato de
que esses quadros clínicos possibilitam uma recuperação, sem sequelas, após a
irrupção de surtos francamente psicóticos (reações esquizofrênicas agudas ou
episódios de psicose maníaco-depressiva, por exemplo).
Justificativa da estrutura: No primeiro
momento Einar ele se encaixa na definição de um sujeito com transtorno
psicótico. Onde o personagem quando vai procurar um profissional, ele é
diagnosticado como desequilíbrio químico, o tratamento usado foi radiação para
resolver a confusão sexual e infertilidade.
- 2º Momento
Estrutura: Perversão
Fundamentação Teórica: Freud fez duas
formulações acerca da conceituação de “perversões”, que se tornaram clássicas:
a primeira é a de que a neurose é o negativo da perversão, ou seja, aquilo que
uma pessoa neurótica reprime e pode gratificar somente simbolicamente através
de sintomas, o paciente com perversão a expressa diretamente em sua conduta
sexual. Essa conceituação não é mais aceita pela psicanálise moderna pois,
acreditam os autores, a perversão tem uma estrutura própria. Em uma segunda
afirmativa, Freud diz que a perversão sexual resultante uma decomposição da
totalidade da pulsão sexual em seus primitivos componentes parciais, quer por
fixações na detenção da evolução da sexualidade, quer por regressão da pulsão a
etapas prévias à organização genital da sexualidade.
Justificativa da Estrutura: No segundo
momento o personagem é entendido como perversão, com um transtorno da
identidade sexual, e no momento que ele procura outro profissional para
entender o que ele estava passando, e na procura de ajuda, ele é diagnosticado
como Esquizofrênico.
2.3 – 3º Momento
Estrutura: Neurítico – Neurose de angustia
Fundamentação Teórica: Os pacientes
portadores de estruturas neuróticas caracterizam-se pelo fato de apresentarem
algum grau de sofrimento e de desadaptação em alguma, ou mais de uma, área
importante de sua vida: sexual, familiar, profissional ou social, incluída,
também, é evidente, o seu particular e permanentemente predominante estado
mental de bem ou mal-estar consigo próprio. No entanto, apesar de que o
sofrimento e prejuízo, em alguns casos, possa alcançar níveis de gravidade, os
indivíduos neuróticos sempre conservam uma razoável integração do self, além de
uma boa capacidade de juízo crítico e de adaptação à realidade. Outra
característica dos estados neuróticos é a de que os mecanismos defensivos
utilizados pelo ego não são tão primitivos como, por exemplo, aqueles presentes
nos estados psicóticos.
Justificativa da Estrutura: no terceiro
e último momento onde ele realmente se adéqua a estrutura de um sujeito
neurótico, que sofre em detrimento do seu ego, pois a sociedade da época, antes
mais que nos dias atuais condenava a prática da homossexualidade e
transsexualidade, então esse sujeito sofre com essas normas do meio que se é
inserido na sociedade.
CONCLUSÃO
O personagem é de estrutura neurótica,
caracterizada pelo fato de apresentar um grau de sofrimento e de desabitação a
uma área importante de sua vida (sexual), o seu mal estar consigo próprio é
evidente, quando opta em fazer a cirurgia, mesmo sabendo dos riscos.
A neurose que se enquadra é a neurose
de angústia, onde para Freud, designar-se antes uma das formas de neurose
atual. Em que o personagem designa uma modalidade de neurose que guarda raízes
históricas (beijo em que deu em seu amigo de infância Hans Axgil) com fixação
das repressões dos desejos proibidos que, por isso, quando surge uma ameaça do
retorno do reprimido à consciência, a neurose de angustia, manifesta-se pela
via somática. Exemplo – o sangue, do nariz quando reprimi Lili dentro de si.
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REFERÊNCIAS
DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos
mentais. 2ª ed. Porto Alegre: Armed, 2008. (Cap. 12 e 13)
ZIMERMAN, David E.Uma abordagem didática / David E. Zimerman. – Dados
eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2007.
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