Hermínia. Uma visão psicanalítica sobre a neurose obsessiva.

Autores: MARTINS, Auricele. DUTRA, Dayane. GOMES, Kaline. SOARES, Monica. GUSMÃO, Rebeca. SILVA,P VICTÓRIA.


INTRODUÇÃO


          O presente trabalho terá como estudo uma analise feita a personagem do filme chamado Minha Mãe é Uma Peça, tendo como autor o comediante Paulo Gustavo onde o mesmo baseou-se na vida de sua mãe para escrever a historia. Assim através do estudo sobre a personagem do filme de acordo com o decorrer do trabalho pode ser desenvolvida dentro de uma estrutura neurótica obsessiva.
.Neurose deriva da palavra grega neuron (nervo) com o sufixo osis (doença ou condição anormal). Entretanto, o termo neurose foi mais influenciado por Sigmund Freud e Carl Jung mais de um século depois.
          O conceito de neurose estabeleceu-se  em 1769 pelo médico William Cullen para fazer menção a "desordens do sentido e ação". Para o mesmo, a neurose descreve várias desordens nervosas e sintomas que não poderiam ser explicados psicologicamente. 
.Para Mijolla (2005), as neuroses são transtornos psíquicos sem substrato anatômico detectável. Sua sintomatologia está relacionada à expressão simbólica de um conflito intrapsíquico entre ideias fantasmáticas inconscientes, associadas ao complexo edípico, e às defesas que elas provocam, que possuem raízes na história infantil do sujeito. O termo neurose tratava-se de um conjunto heterogêneo de doenças atribuídas a um ataque de nervos e foi introduzido no século XVIII, em 1777, por um médico escocês chamado Willian Cullen (MIJOLLA, 2005).
          Esse mesmo termo aparece em um tratado de medicina desse médico escocês, no qual a segunda parte da obra era intitulada “Neurose ou doenças nervosas”. Na referida seção eram apresentadas não só as doenças mentais, mas também palpitações cardíacas, cólicas e hipocondria. Já no século XIX, o termo abarcava doenças de três campos: neurose, psicossomática e neurologia (Parkinson, epilepsia, por exemplo). (LAPLANCHE; PONTALIS, 1998). .
          Na neurose, a manutenção do conteúdo problemático como segredo é o que chamamos recalque ou repressão. O paciente neurótico esconde de si mesmo o problema, o sintoma ou a dificuldade que o psicótico encontra fora de si. Ou seja, na neurose há uma cisão da psique. Alguns conteúdos ficam recalcados, escondidos, em segredo e causa sofrimento nos sintomas dos quais a pessoa reclama.
.No caso de Dona Herminia, na neurose obsessiva, há também voltas e voltas ao redor do problema. Mas o que notamos mais frequentemente é a tentativa de organização, das coisas ao redor para tentar não pensar no que é, realmente, o problema principal.  Isso implica um grau de sofrimento próprio e aos demais também em algum prejuízo no seu funcionamento na vida familiar e social.

DESENVOLVIMENTO
          Herminia, divorciada, dona de casa, mãe de três filhos sendo dois homens e uma mulher ambos de 20 a 35 anos, tendo como ex-marido o Senhor Carlos Alberto, onde foi abandonada pelo mesmo quando seus filhos ainda eram crianças, tem apenas uma irmã que atende pelo nome de Yesa , e uma tia chamada Zélia, pela qual a personagem se refugia em momentos delicados de sua vida relatando os acontecimentos. Dona Hermínia é totalmente neurótica e possessiva em relação aos filhos, afinal, eles são sua vida.  , depois de tanta dedicação ao marido e filhos sobrou somente a frustração e a culpa de alguém que não tem outros objetivos, não tem uma vida própria. 
          Ela guarda rancor do marido, que a trocou por uma mulher bem mais jovem e igualmente intragável.  Ela tem mágoa do filho mais velho que sempre foi independente e, tão logo pode, caiu fora do antro de loucos que é a casa materna.  E tem os filhos mais novos que, ao contrário do primogênito, são totalmente dependentes da mãe, mas ingratos.  A pior relação é com a filha, que culpa a genitora (*com certa razão*) por ser obesa, alegando que somatizou vários traumas.  Hermínia só se liberta quando consegue encontrar alguma satisfação pessoal que não dependa da família
          Seu comportamento em relação às pessoas que para ela lhe representam ameaças é sempre agressivo, como por exemplo, a nora que ela achava não ser a mulher ideal para seu filho, querendo também cuidar do seu neto por não acreditar na capacidade da mãe de saber cria-lo. Não consegue ouvir o outro por falar demais acerca de seus problemas, reclamando de tudo que está ao seu redor.
          D. Hermínia apresenta um quadro de Neurose Obsessiva, onde a mesma se encontra no segundo grupo de acordo com como descrevemos acima onde estão as histerias, fobias e as neuroses obsessivas. Serão discorridos abaixo alguns relatos do seu comportamento que nos faz encaixa-la na neurose obsessiva:
·         A superproteção com os filhos
·         Discussão constante com todos os moradores do prédio
·         Personalidade dominadora e autoritária
·         Vida social não saudável
·         Autodefesa explosiva
·         Atitudes como ir buscar a filha de pijama numa boate durante a madrugada, fazendo a filha passar constrangimento por parte da mãe, onde a mesma relata seus problemas pessoais em público.
·         Realiza constantes perguntas ao filho do meio questionando sua opção sexual, não querendo verdadeiramente ouvir a resposta.
·         Não aceita o casamento do filho mais velho, pelo mesmo ter ido morar longe e ela não poder controlar a vida do filho e da nora.
·         Não aceita ter sido trocada por outra mulher, tornando-se uma pessoa que cobra de forma excessiva de si mesmo nunca encontrando respostas positivas as suas perguntas.
                      Então, esse quadro psiquiátrico encontrado em D. Hermínia é caracterizado por dificuldades de adaptação por parte da mesma, embora ela seja capaz de trabalhar, envolver-se emocionalmente e estar bem entrosada com a realidade. Uma pessoa neurótica está sempre envolvida em conflitos psíquicos que a impedem de aproveitar a existência com prazer.  A neurose geralmente inicia-se na infância e segue a pessoa durante toda a vida.

       CONCLUSÃO
                           O trabalho objetivou compreender o olhar psicanalítico frente à neurose com base na personagem principal do filme Minha Mãe é Uma Peça, no caso D. Herminia. Dessa forma, foi possível examinar as principais características verificando o processo de formação na personagem. Do ponto de vista psicanalítico a neurose decorre de tentativas ineficazes para lidar com conflitos e traumas inconscientes. diferencia a neurose da normalidade e a intensidade do comportamento e a falta de capacidade  do sujeito em resolver conflitos de maneira satisfatória.
                 Para a psicanálise as neuroses podem ter origem a partir de conflitos interiores, cujo significado inicial lhe escapa, remetendo para os conflitos infantis recalcados que podem ser acessíveis pelo processo de transferência.
                           Dessa forma , pôde-se concluir  que a formação da neurose ocorre a partir de conflitos interiores dados na infância que por vezes são recalcados por gerarem angústia para o sujeito, e, posteriormente, são manifestados em forma de sintoma em algum momento da vida. Assistir o filme Minha Mãe é uma Peça juntamente com todo o grupo, fazer uma analise sobre a personagem D. Hermínia nos fez  olhar além do que as telinhas nos falavam, do que os críticos e admiradores escreveram sobre a mesma.
                           Essa analise mostra-se importante no que diz respeito  a ampliação e novas formas de enxergar a neurose com base no que Zirmeman e outros autores falaram e também nas afirmações já existentes. Assim, é de grande crescimento  para o aprendizado psicanalítico, e também  para a construir o saber dentro da disciplina e do curso de psicologia

REFERENCIAS

FREUD, Sigmund. (1916). Conferências Introdutórias XXVII: Transferência. In: Edição
Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro:
Imago, 1996.
LAPLANCHE, Jean; PONTALIS, Jean-Bertrand. Vocabulário de Psicanálise. 3. ed. São
Paulo: Martins Fontes, 1998.

ZIMERMAN, David E. Fundamentos Psicanalíticos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.
MIJOLLA, Allain. Dicionário Internacional de Psicanálise. Rio de Janeiro: Imago, 2005. v.1

e v.2.

Comentários

  1. doença da d.Zélia me chamo Angéllica-Ailton é meu pai biológico e como fui adotada meu pai Adotivo Adi tem a doença da d.zélia

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  2. doença da d.Zélia me chamo Angéllica-Ailton é meu pai biológico e como fui adotada meu pai Adotivo Adi tem a doença da d.zélia

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